Dia 26 de março comemora-se o Dia da Matemática no Estado de São Paulo. Esta data foi instituída oficialmente no calendário pelo Governador Geraldo Alckmin no dia 12 de abril de 2011. Apesar de nacionalmente comemorarmos esta data em 06 de maio, é positivo evidenciarmos o dia 26 de março como um marco para transpormos o estigma da Matemática como um saber difícil de ser aprendido, sendo este apenas um desfruto para poucas pessoas.
Assim, compartilhamos com nossa rede a alegria de podermos socializar entre nossos parceiros professores este espaço Blog Jornal da Matemática como meio para trazermos à tona esta bonita ciência universal.
Abaixo, deixamos o texto "Biblioteca de Babel" de Jorge Luis Borges, como uma leitura interessante que ressalta os elementos característicos da Matemática.
A biblioteca de Babel (Jorge Luis Borges)
O UNIVERSO (que outros chamam a Biblioteca)
compõe-se de um número indefinido, e talvez infinito, de galerias hexagonais,
com vastos poços de ventilação no centro, cercados por balaustradas
baixíssimas. De qualquer hexágono, vêem-se os andares inferiores e superiores:
interminavelmente.
A distribuição das galerias é invariável. Vinte
prateleiras, em cinco longas estantes de cada lado, cobrem todos os lados menos
dois; sua altura, que é a dos andares, excede apenas a de um bibliotecário
normal.
Uma das faces livres dá para um estreito vestíbulo,
que desemboca em outra galeria, idêntica à primeira e a todas. À esquerda e à
direita do vestíbulo, há dois sanitários minúsculos. Um permite dormir em pé;
outro, satisfazer as necessidades físicas. Por aí passa a escada espiral, que
se abisma e se eleva ao infinito.
No vestíbulo ha um espelho, que fielmente duplica
as aparências. Os homens costumam inferir desse espelho que a Biblioteca não é
infinita (se o fosse realmente, para quê essa duplicação ilusória?), prefiro
sonhar que as superfícies polidas representam e prometem o infinito…
A luz procede de algumas frutas esféricas que levam
o nome de lâmpadas. Há duas em cada hexágono: transversais. A luz que emitem é
insuficiente, incessante. Como todos os homens da Biblioteca, viajei na minha
juventude; peregrinei em busca de um livro, talvez do catálogo de catálogos;
agora que meus olhos quase não podem decifrar o que escrevo, preparo-me para
morrer; a poucas léguas do hexágono em que nasci.
Morto, não faltarão mãos piedosas que me joguem
pela balaustrada; minha sepultura será o ar insondável; meu corpo cairá
demoradamente e se corromperá e dissolverá no vento gerado pela queda, que é
infinita. Afirmo que a Biblioteca é interminável.
Os idealistas argúem que as salas hexagonais são uma forma necessária do espaço absoluto ou, pelo menos, de nossa intuição do espaço. Alegam que é inconcebível uma sala triangular ou pentagonal. (os místicos pretendem que o êxtase lhes revele uma câmara circular com um grande livro circular de lombada contínua, que siga toda a volta das paredes; mas seu testemunho é suspeito; suas palavras, obscuras. Esse livro cíclico é Deus). Basta-me, por ora, repetir o preceito clássico: “A Biblioteca é uma esfera cujo centro cabal é qualquer hexágono, cuja circunferência é inacessível”.
Os idealistas argúem que as salas hexagonais são uma forma necessária do espaço absoluto ou, pelo menos, de nossa intuição do espaço. Alegam que é inconcebível uma sala triangular ou pentagonal. (os místicos pretendem que o êxtase lhes revele uma câmara circular com um grande livro circular de lombada contínua, que siga toda a volta das paredes; mas seu testemunho é suspeito; suas palavras, obscuras. Esse livro cíclico é Deus). Basta-me, por ora, repetir o preceito clássico: “A Biblioteca é uma esfera cujo centro cabal é qualquer hexágono, cuja circunferência é inacessível”.
A cada um dos muros de cada hexágono correspondem
cinco estantes; cada estante encerra trinta e dois livros de formato uniforme;
cada livro é de quatrocentas e dez páginas; cada página, de quarenta linhas;
cada linha, de umas oitenta letras de cor preta.
Também há letras no dorso de cada livro; essas
letras não indicam ou prefiguram o que dirão as páginas. Sei que essa
inconexão, certa vez, pareceu misteriosa. Antes de resumir a solução (cuja
descoberta, apesar de suas trágicas projeções, é talvez o fato capital da
história), quero rememorar alguns axiomas.
O primeiro: a Biblioteca existe ab aeterno. Dessa
verdade cujo corolário imediato é a eternidade futura do mundo, nenhuma mente
razoável pode duvidar. O homem, o imperfeito bibliotecário, pode ser obra do
acaso ou dos demiurgos malévolos; o Universo, com seu elegante provimento de
prateleiras, de tomos enigmáticos, de infatigáveis escadas para o viajante e de
latrinas para o bibliotecário sentado, somente pode ser obra de um deus.
Para perceber a distância que há entre o divino e o
humano, basta comparar esses rudes símbolos trémulos que minha falível mão
garatuja na capa de um livro, com as letras orgânicas do interior: pontuais,
delicadas, negríssimas, inimitavelmente simétricas.
O segundo: O número de símbolos ortográficos é
vinte e cinco[1]. Essa comprovação permitiu, depois de trezentos anos, formular
uma teoria geral da Biblioteca e resolver satisfatoriamente o problema que
nenhuma conjectura decifrara: a natureza disforme e caótica de quase todos os
livros.
Um, que meu pai viu em um hexágono do circuito
quinze noventa e quatro, constava das letras M C V perversamente repetidas da
primeira linha ate à última. Outro (muito consultado nesta área) é um simples
labirinto de letras, mas a página penúltima diz Oh, tempo tuas pirâmides.
Já se sabe: para uma linha razoável com uma correta
informação, há léguas de insensatas cacofonias, de confusões verbais e de
incoerências. (Sei de uma região montanhosa cujos bibliotecários repudiam o
supersticioso e vão costume de procurar sentido nos livros e o equiparam ao de
procurá-lo nos sonhos ou nas linhas caóticas da mão… Admitem que os inventores
da escrita imitaram os vinte e cinco símbolos naturais, mas sustentam que essa
aplicação é casual, e que os livros em si nada significam. Esse ditame, já veremos,
não é completamente falaz).
Durante muito tempo, acreditou-se que esses livros
impenetráveis correspondiam a línguas pretéritas ou remotas. É verdade que os
homens mais antigos, os primeiros bibliotecários, usavam uma linguagem assaz
diferente da que falamos agora; é verdade que algumas milhas à direita a língua
é dialetal e que noventa andares mais acima é incompreensível.
Tudo isso, repito-o, é verdade, mas quatrocentas e
dez páginas de inalteráveis M C V não podem corresponder a nenhum idioma, por
dialetal ou rudimentar que seja. Uns insinuaram que cada letra podia influir na
subsequente e que o valor de M C V na terceira linha da página 71 não era o que
pode ter a mesma série noutra posição de outra página, mas essa vaga tese não
prosperou. Outros pensaram em criptografias; universalmente essa conjectura foi
aceite, ainda que não no sentido em que a formularam seus inventores.
Há quinhentos anos, o chefe de um hexágono
superior[2] deparou com um livro tão confuso quanto os outros, porém que
possuía quase duas folhas de linhas homogêneas. Mostrou o seu achado a um
decifrador ambulante, que lhe disse que estavam redigidas em português; outros
lhe afirmaram que em iídiche. Antes de um século pôde ser estabelecido o
idioma: um dialeto samoiedo-lituano do guarani, com inflexões de árabe
clássico.
Também decifrou-se o conteúdo: noções de análise
combinatória, ilustradas por exemplos de variantes com repetição ilimitada.
Esses exemplos permitiram que um bibliotecário de gênio descobrisse a lei
fundamental da Biblioteca. Esse pensador observou que todos os livros, por
diversos que sejam, constam de elementos iguais: o espaço, o ponto, a vírgula
as vinte e duas letras do alfabeto.
Também alegou um fato que todos os viajantes
confirmaram: “Não há, na vasta Biblioteca, dois livros idênticos”. Dessas
premissas incontrovertíveis deduziu que a Biblioteca é total e que suas
prateleiras registram todas as possíveis combinações dos vinte e tantos
símbolos ortográficos (numero, ainda que vastíssimo, não infinito), ou seja, tudo
o que é dado expressar: em todos os idiomas.
Tudo: a história minuciosa do futuro, as
autobiografias dos arcanjos, o catálogo fiel da Biblioteca, milhares e milhares
de catálogos falsos, a demonstração da falácia desses catálogos, a demonstração
da falácia do catalogo verdadeiro, o evangelho gnóstico de Basilides, o
comentário desse evangelho, o comentário do comentário desse evangelho, o
relato verídico de tua morte, a versão de cada livro em todas as línguas, as
interpolações de cada livro em todos os livros; o tratado que Beda pôde
escrever (e não escreveu) sobre a mitologia dos saxões, os livros perdidos de
Tácito.
Quando se proclamou que a Biblioteca abarcava todos
os livros, a primeira impressão foi de extravagante felicidade. Todos os homens
sentiram-se senhores de um tesouro intacto e secreto. Não havia problema
pessoal ou mundial cuja eloquente solução não existisse: em algum hexágono. o
Universo estava justificado, o Universo bruscamente usurpou as dimensões
ilimitadas da esperança.
Naquele tempo falou-se muito das Vindicações: livros de apologia e de profecia, que para sempre vindicavam os actos de cada homem do Universo e guardavam arcanos prodigiosos para seu futuro. Milhares de cobiçosos abandonaram o doce hexágono natal e precipitaram-se escadas acima, premidos pelo vão propósito de encontrar sua Vindicação.
Naquele tempo falou-se muito das Vindicações: livros de apologia e de profecia, que para sempre vindicavam os actos de cada homem do Universo e guardavam arcanos prodigiosos para seu futuro. Milhares de cobiçosos abandonaram o doce hexágono natal e precipitaram-se escadas acima, premidos pelo vão propósito de encontrar sua Vindicação.
Esses peregrinos disputavam nos corredores
estreitos, proferiam obscuras maldições, estrangulavam-se nas escadas divinas,
jogavam os livros enganosos no fundo dos túneis, morriam despenhados pelos
homens de regiões remotas. Outros enlouqueceram… As Vindicações existem (vi
duas que se referem a pessoas do futuro, a pessoas talvez não imaginarias) mas
os que procuravam não recordavam que a possibilidade de que um homem encontre a
sua, ou alguma pérfida variante da sua, é computável em zero.
Também se esperou então o esclarecimento dos
mistérios básicos da humanidade: a origem da Biblioteca e do tempo. É verosímil
que esses graves mistérios possam explicar-se em palavras: se não bastar a linguagem
dos filósofos, a multiforme Biblioteca produzirá o idioma inaudito que se
requer e os vocabulários e gramáticas desse idioma. Faz já quatro séculos que
os homens esgotam os hexágonos…
Existem investigadores oficiais, inquisidores. Eu
os vi no desempenho de sua função: chegam sempre estafados; falam de uma escada
sem degraus que quase os matou; falam de galerias e de escadas com o
bibliotecário; ás vezes, pegam o livro mais próximo e o folheiam, á procura de
palavras infames. Visivelmente, ninguém espera descobrir nada.
A desmedida esperança, sucedeu, como e natural, uma
depressão excessiva. A certeza de que alguma prateleira em algum hexágono
encerrava livros preciosos e de que esses livros preciosos eram inacessíveis
afigurou-se quase intolerável. Uma seita blasfema sugeriu que cessassem as
buscas e que todos os homens misturassem letras e símbolos, até construir,
mediante um improvável dom do acaso, esses livros canônicos.
As autoridades viram-se obrigadas a promulgar
ordens severas. A seita desapareceu, mas na minha infância vi homens velhos que
demoradamente se ocultavam nas latrinas, com alguns discos de metal num fritilo
proibido, e debilmente arremedavam a divina desordem.
Outros, inversamente, acreditaram que o primordial era eliminar as obras inúteis. Invadiam os hexágonos, exibiam credenciais nem sempre falsas, folheavam com fastio um volume e condenavam prateleiras inteiras: a seu furor higiênico, ascético, deve-se a insensata perda de milhões de livros. Seu nome é execrado, mas aqueles que deploram os “tesouros” destruídos por seu frenesi negligenciam dois fatos notórios.
Outros, inversamente, acreditaram que o primordial era eliminar as obras inúteis. Invadiam os hexágonos, exibiam credenciais nem sempre falsas, folheavam com fastio um volume e condenavam prateleiras inteiras: a seu furor higiênico, ascético, deve-se a insensata perda de milhões de livros. Seu nome é execrado, mas aqueles que deploram os “tesouros” destruídos por seu frenesi negligenciam dois fatos notórios.
Um: a Biblioteca é tão imensa que toda redução de
origem humana resulta infinitesimal. Outro: cada exemplar é único,
insubstituível, mas (como a Biblioteca é total) há sempre várias centenas de
milhares de fac-símiles imperfeitos: de obras que apenas diferem por uma letra
ou por uma virgula. Contra a opinião geral, atrevo-me a supor que as
consequências das depredações cometidas pelos Purificadores foram exageradas
graças ao horror que esses fanáticos provocaram. Urgia-lhes o delírio de
conquistar os livros do Hexágono Carmesim: livros de formato menor que os
naturais; onipotentes, ilustrados e mágicos.
Também sabemos de outra superstição daquele tempo:
a do Homem do Livro. Em alguma estante de algum hexágono (raciocinaram os
homens) deve existir um livro que seja a cifra e o compêndio perfeito de todos
os demais: algum bibliotecário o consultou e é análogo a um deus.
Na linguagem desta área persistem ainda vestígios
do culto desse funcionário remoto. Muitos peregrinaram á procura d’Ele. Durante
um século trilharam em vão os mais diversos rumos. Como localizar o venerado
hexágono secreto que o hospedava? alguém propôs um método regressivo: Para
localizar o livro A, consultar previamente um livro B, que indique o lugar de
A; para localizar o livro B, consultar previamente um livro C, e assim até o
infinito…
Em aventuras como essas, prodigalizei e consumi
meus anos. Não me parece inverosímil que em alguma prateleira do Universo haja um
livro total; rogo aos deuses ignorados que um homem – um só, ainda que seja há
mil anos! – o tenha examinado e lido. Se a honra e a sabedoria e a felicidade
não estão para mim, que sejam para outros. Que o céu exista, embora meu lugar
seja o inferno. Que eu seja ultrajado e aniquilado, mas que num instante, num
ser, Tua enorme Biblioteca Se justifique.
Afirmam os ímpios que o disparate é normal na
Biblioteca e que o razoável (e mesmo a humilde e pura coerência) é quase
milagrosa exceção. Falam (eu o sei) de “a Biblioteca febril, cujos fortuitos
volumes correm o incessante risco de transformar-se em outros e que tudo
afirmam, negam e confundem como uma divindade que delira”.
Essas palavras, que não apenas denunciam a desordem
mas que também a exemplificam, provam, evidentemente, seu gosto péssimo e sua
desesperada ignorância. De fato, a Biblioteca inclui todas as estruturas
verbais, todas as variantes que permitem os vinte e cinco símbolos
ortográficos, porém nem um único disparate absoluto. Inútil observar que o
melhor volume dos muitos hexágonos que administro intitula-se Trono Penteado, e
outro A Cãibra de Gesso e outro Axaxaxas mlö.
Essas proposições, à primeira vista incoerentes,
sem dúvida são passíveis de uma justificativa criptográfica ou alegórica; essa
justificativa é verbal e, ex hypothesi, já figura na Biblioteca. Não posso
combinar certos caracteres dhcmrlchtdj que a divina Biblioteca não tenha previsto e que em alguma de suas línguas
secretas não contenham um terrível sentido. Ninguém pode articular uma sílaba
que não esteja cheia de ternuras e de temores; que não seja em alguma dessas
linguagens o nome poderoso de um deus. Falar é incorrer em tautologias.
Esta epístola inútil e palavrosa já existe num dos
trinta volumes das cinco prateleiras de um dos incontáveis hexágonos – e também
sua refutação. (Um numero n de linguagens possíveis usa o mesmo vocabulário; em
alguns, o símbolo biblioteca admite a correta definição ubíquo e perdurável
sistema de galerias hexagonais, mas biblioteca é pão ou pirâmide ou qualquer
outra coisa, e as sete palavras que a definem tem outro valor. Você, que me lê,
tem certeza de entender minha linguagem?)
A escrita metódica distrai-me da presente condição
dos homens. A certeza de que tudo está escrito nos anula ou nos fantasmagórica.
Conheço distritos em que os jovens se prostram diante dos livros e beijam com
barbárie as páginas, mas não sabem decifrar uma única letra.
As epidemias, as discórdias heréticas, as peregrinações que inevitavelmente degeneram em bandoleirismo, dizimaram a população. Acredito ter mencionado os suicídios, cada ano mais frequentes. Talvez me enganem a velhice e o temor, mas suspeito que a espécie humana – a única – está por extinguir-se e que a Biblioteca perdurará: iluminada, solitária, infinita, perfeitamente imóvel, armada de volumes preciosos, inútil, incorruptível, secreta.
As epidemias, as discórdias heréticas, as peregrinações que inevitavelmente degeneram em bandoleirismo, dizimaram a população. Acredito ter mencionado os suicídios, cada ano mais frequentes. Talvez me enganem a velhice e o temor, mas suspeito que a espécie humana – a única – está por extinguir-se e que a Biblioteca perdurará: iluminada, solitária, infinita, perfeitamente imóvel, armada de volumes preciosos, inútil, incorruptível, secreta.
Acabo de escrever infinita. Não interpolei esse
adjetivo por costume retórico; digo que não é ilógico pensar que o mundo é
infinito. Aqueles que o julgam limitado postulam que em lugares remotos os
corredores e escadas e hexágonos podem inconcebivelmente cessar – o que é
absurdo. Aqueles que o imaginam sem limites esquecem que os abrange o número
possível de livros.
Atrevo-me a insinuar esta solução do antigo
problema: A Biblioteca é ilimitada e periódica. Se um eterno viajante a
atravessasse em qualquer direção, comprovaria ao fim dos séculos que os mesmos
volumes se repetem na mesma desordem (que, reiterada, seria uma ordem: a
Ordem). Minha solidão alegra-se com essa elegante esperança.
Direitos
Texto e ilustração "Biblioteca de Babel" retirada do site: http://conselheiroacacio.wordpress.com/2008/08/14/a_biblioteca_de_babel/
Animação retirada do site Portal do Professor (MEC): http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/10463
Nenhum comentário:
Postar um comentário